domingo, dezembro 17, 2006

Ele, ela e a vespa

Almoçam calmamente numa esplanada, sob o sol morno no início daquela tarde fria de Inverno.
...calmamente, até à chegada inesperada de duas vespas que teimam em me confundi-la com uma flor.
Ela tenta ignorá-las, fica quieta, tira as mãos da sua rota de colisão e vira a cara para o lado, de modo a evitar possíveis entradas furtivas. Espanta com calma, a sua nova pregadeira de peito em forma de vespa.
A conversa tenta continuar, entre risos e interrupções, até ao ponto que ela, declara estar a perder a paciência e pensar em vespicídio, sem considerar as consequências de tal acto.
Ele, em puro acto de cavalheirismo, oferece-se para resolver o problema. Recorre à sua capacidade inventiva e constrói, na hora, um engenho artesanal. Em segundos, a armadilha resulta mesmo sem isco. Num ápice, consegue ficar por cima, na luta desigual homem-vespa. Pressiona, esmaga e aniquila qualquer hipótese de sobrevivência. Ao levantar a arma, como por milagre, a vespa indestrutível, levanta voo, desorientada, mas cheia de vivacidade. O susto na cara dele é inegável. Como é possível?!
A vespa parte apressada e desaparece. Nem sinal dela, nem da sua companheira que tem atormentado a refeição.
Ambos questionam-se sobre as razões da sua partida relâmpago e prolongada ausência. Questionam-se sobre uma possível busca de reforços, mas não ficam por ali tempo suficiente para confirmar as suas suspeitas.

E ainda dizem que as aventuras, só acontecem aos outros.

Sem comentários: